10 Curiosidades Sobre Pontes e Lacerda Que Você Precisa Conhecer
- Oeste MT Urgente
- 14 de nov.
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Atualizado: 14 de nov.
Pontes e Lacerda, no Oeste de Mato Grosso, é um município com uma trajetória marcada por expedições científicas, presença indígena, garimpos históricos e processos de colonização que moldaram sua identidade atual.

1. O nome homenageia dois astrônomos e cartógrafos
Pontes e Lacerda recebeu seu nome em homenagem a Antônio Pires da Silva Pontes Leme e Francisco José de Lacerda e Almeida, dois importantes astrônomos e cartógrafos do século XVIII. Em 1784, eles estiveram na região com a missão de elaborar a primeira carta geográfica dos rios locais, um trabalho fundamental para o conhecimento hidrográfico do Centro-Oeste brasileiro. Formados na Universidade de Coimbra, eram considerados cientistas de prestígio e suas expedições abriram caminho para futuras explorações.
2. A cidade começou com expedições científicas em 1784
A história do município iniciou com a viagem dos dois cartógrafos em 1784, que partiram de Vila Bela da Santíssima Trindade para estudar as bacias Amazônica e do Prata. Eles navegaram por dezenas de rios importantes, registrando rotas e profundidades. Esta expedição teve grande valor geográfico e científico, tornando-se uma das mais relevantes para a cartografia colonial brasileira.
3. Foi território tradicional dos índios Nambikwara
Antes da presença dos colonizadores, toda a região de Pontes e Lacerda era ocupada pelos Nambikwara, chamados de “Cabixi” pelos bandeirantes paulistas. Este povo indígena habitava grandes áreas do Oeste de Mato Grosso e tinha uma cultura própria, marcada por tradições orais, caça, pesca e rituais comunitários. Apesar dos impactos da colonização, a etnia ainda sobrevive e ocupa a Reserva Indígena Sararé, preservando parte de seu modo de vida tradicional.
4. O padre Antônio Iási Júnior preservou a cultura indígena
O padre Antônio Iási Júnior é considerado uma figura decisiva para a preservação da cultura indígena Sararé. Em meio a conflitos com fazendeiros e tentativas de invasão das terras tradicionais, o padre articulou a defesa do território indígena. Sua atuação foi tão importante que motivou a intervenção do Exército, que realizou a demarcação legal e garantiu a integridade da área. Ele é lembrado até hoje como um protetor dos povos nativos da região.
5. A Comissão Rondon passou pela região em 1906
Em 1906, a região recebeu a estrutura da Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas, conhecida como Comissão Rondon, liderada pelo Marechal Cândido Rondon. Ali foi instalada uma estação telegráfica que conectava Cáceres a Vila Bela. O local onde ficava o prédio da estação começou a formar um pequeno núcleo urbano chamado “Vila dos Pretos”, considerado o embrião da atual Pontes e Lacerda. A presença da comissão trouxe avanço tecnológico e comunicação à região.
6. A cidade começou a ganhar forma após 1909
Mesmo após a destinação de 3.600 hectares de terras pelo governo estadual em 1909, o processo de ocupação foi lento. A região tinha acesso difícil, vegetação densa e poucos atrativos econômicos iniciais. As primeiras famílias se instalaram de forma isolada, dedicadas sobretudo à agricultura e à coleta de plantas medicinais. A urbanização real só ocorreu décadas depois, com a chegada das frentes de colonização e abertura de estradas.
7. A colonização ganhou força a partir de 1947
A partir de 1947, com a chegada de Mariano Pires de Campos e de membros do povo Pareci, a região começou a ser explorada de forma mais intensa pela extração da poaia. Essa raiz medicinal, muito valorizada na época, era utilizada como expectorante e anti-infeccioso. Sua exploração atraiu trabalhadores, comerciantes e novas famílias, contribuindo para o crescimento inicial da futura cidade.
8. A imagem de Nossa Senhora Aparecida marcou o início da fé local
In 1960, o migrante Joaquim Goulart, vindo de Barretos (SP), trouxe uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, que se tornou símbolo da devoção católica local. A imagem foi entronizada na pequena igreja da “Vila dos Pretos”, hoje Vila Guaporé, marcando o início da organização religiosa da comunidade. Este ato uniu famílias, estruturou celebrações e fortaleceu o senso de pertencimento entre os moradores.
9. O garimpo impulsionou o crescimento de Pontes e Lacerda
Entre as décadas de 1970 e 1980, a descoberta de ouro nos garimpos da Serra de Santa Bárbara e do Caldeirão provocou uma verdadeira corrida garimpeira. Milhares de pessoas chegaram à região, atraídas pela possibilidade de enriquecimento rápido. Esse movimento acelerou o comércio, impulsionou a construção de estradas, aumentou a oferta de serviços e transformou o pequeno povoado em um polo regional. Até hoje, Pontes e Lacerda é lembrada como um dos locais mais importantes do garimpo mato-grossense.

10. A cidade tornou-se município em 1979
Pontes e Lacerda foi oficialmente elevada à categoria de município em 29 de dezembro de 1979, pela Lei Estadual nº 4.167. A instalação oficial ocorreu em 31 de janeiro de 1981, quando Gercino Rodrigues de Souza assumiu como o primeiro prefeito nomeado. Posteriormente, o município elegeu seu primeiro prefeito, Dionir de Freitas Queiroz, consolidando sua autonomia política e administrativa. A partir daí, a cidade iniciou um ciclo de desenvolvimento contínuo.

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